A Federação Nacional dos Trabalhadores Ferroviários critica à VALEC anomalias de perdas salariais da classe ferroviária e insiste na criação da comissão paritária.

Oficio n.º 027/13 – FNTF

ILMO. SR.
PAULO ROBERTO ALVES RODRIGUES
MD. SUPERINTENDENTE DE RECURSOS HUMANOS, SUBSTITUTO
DA VALEC ENGENHARIA, CONSTRUÇÕES E FERROVIAS S.A.
BRASILIA – DF.

Prezado Senhor:

Acusamos o recebimento do expediente de 14.10.13, através do qual nos cientifica do acatamento parcial da nossa proposta de Acordo Coletivo, em favor dos ferroviários, hoje remanescentes, com suas atividades na VALEC.

Ao contrário do afirmado em forma de jubilo, as noticias que nos chegaram não foram tão boas como apregoadas.

Na verdade, o pretendido não é tão somente a correção da tabela salarial pelos índices inflacionários. Entendemos e almejamos a necessidade de criação de uma comissão paritária que dê continuidade aos estudos das perdas salariais, mesmo com a correção imediata de 6,49% que nos é oferecida e acatada por nós. Entendemos que com a criação da comissão paritária, no decorrer dos meses que se seguirão, desenvolveremos estudos para recuperarmos as perdas que a classe vem sofrendo há mais de 10 anos, como é do conhecimento de todos. Os cinco primeiros níveis da tabela salarial em vigor, estão aquém do salário mínimo.

Sabemos que estes trabalhadores têm seus vencimentos remunerados pelo salário mínimo, mas há de se convir que isto provoca achatamento dos demais níveis, em perverso prejuízo para todos.

Igualmente, como também é do amplo conhecimento, os ferroviários punidos pelo regime de exceção e anistiados pelos governos democráticos subsequentes, tiveram seus níveis salariais corrigidos historicamente, pelos índices inflacionários, enquanto que os demais, que também representamos, ficaram por vários anos com seus salários congelados. A partir desse momento, surge o disparate, não menos perverso. A mesma tabela salarial apresenta valores diferenciados.

Portanto, a comissão paritária terá o tempo necessário para analisar tecnicamente o assunto e fazer cumprir a justiça social à classe dos trabalhadores ferroviários, através da reposição salarial a quem tem direito e foi lhes subtraído.

Assim, proporcionará aos atuais gestores e governantes indicados pelo Partido dos Trabalhadores, fazer valer a filosófica que o partido preconiza desde sua criação, resultando no amplo sucesso eleitoral por três escrutínios seguidos.

É importante realçar que os verdadeiros ferroviários, aqueles que por mais de um século e meio, transportaram as riquezas do País, que defenderam, muitas vezes, com a própria vida, a legalidade para a posse de Presidentes da República democraticamente eleitos, ao mesmo tempo em que enfrentavam o regime de exceção, estão agora abandonados, à mercê da própria sorte, esquecidos pela filosofia social, preconizada por um partido político, que ajudaram a construir. Infelizmente, entendemos que pela leitura do documento supra referido, a nossa proposta de criarmos uma comissão paritária, é jogada por terra, em face do mal entendido por aqueles que mediaram nossa primeira reunião, ao analisarmos a proposta pelo acordo coletivo 2.012/2013.

Portanto a FNTF, permanece aberta ao diálogo na disposição de que a comissão paritária seja formada a fim de rever a tabela salarial dos ferroviários da extinta RFFSA, eliminando-se de uma vez por todas, mais uma anomalia com consequentes perdas para a categoria.

Cordialmente.

HéliodeSouzaRegatodeAndrade
HÉLIO DE SOUZA REGATO DE ANDRADE
Presidente – F.N.T.F.